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segunda-feira, 4 de maio de 2020

Voltar a ser menino

      Voltar à ser menino, pequenino, de colo. Hoje me sinto como um pequeno menino, andando os primeiros passos. Eu vou me despindo dos medos que minha mãe julgou sobre mim quando ainda estava em seu ventre.

      Mãe, eu jamais te julgaria pelo que você fez. Mas enquanto eu ainda estava dentro de ti, você colocou sobre mim essa suposição, e até hoje, aos meus 21 anos eu tenho julgado até mesmo se uma formiga anda para a direita e não para a esquerda e hoje eu consigo ver claramente o motivo: antes de eu me formar, uma energia envólucra criou em mim o pensamento julgador. E me fez julgar tudo e todos, quando na verdade dentro da minha mãe havia o eterno medo de ser julgada por mim. Não mãe, nunca te julgaria, e talvez, jamais julgasse ninguém.
      
      Mas foi assim, de repente, duas fotos 3X4 mudaram 21 anos que eu achava que sabia sobre mim, foram segundos. Eu sempre tenho o hábito de dizer que para a confiança ser construída, levam-se anos mas para perdê-la leva apenas alguns segundos. Hoje eu diria, que o conhecimento empírico da vida leva realmente uma vida, mas o conhecimento do que está escondido, basta apenas algumas palavras, ou um par de pequenas fotos.

      Essas pequenas fotos mudaram tudo, meu rumo, meu pertencimento, meu pé no mundo, meu mundo. Sinto como se tivesse acabado de chegar ao mundo de novo, mas afinal, eu não cheguei? Pai, estou pronto. Quero te conhecer. A vida é doce!

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