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segunda-feira, 17 de julho de 2023

[RESENHA] Juventude: Cenas da vida na província II - J. M. Coetzee


📚Juventude - Cenas da Vida na Província II
Autor: J. M. Coetzee 🇿🇦
Ano: 2013
Editora: Companhia de Bolso
Nota: ⭐⭐⭐⭐⭐

Este é o segundo livro da série autobiográfica do autor sulafricano John Maxwell Coetzee que conta neste volume sobre sua juventude nas colônias Africânderes até sua ida para Londres buscando o sonho de ser um poeta e sobrevivendo como matemático. Coetzee relata sobre como é ser um colono da África do Sul na Inglaterra e mesmo sendo branco, ainda relata criticamente o preconceito vivido na Europa.
Felicidade, diz a si mesmo, não ensina nada à pessoa. A depressão, por outro lado, nos fortalece para o futuro. A depressão é uma escola para alma. Das águas da depressão o sujeito emerge na outra margem purificado, mais forte, pronto para assumir de novo os desafios de uma vida de arte. (COETZEE, 2013, p. 66)
O livro é recheado de referências sobre a literatura inglesa e norte-americana, proporcionando uma rica experiência cultural e literária com profundidade e verdade sobre um jovem matemático que sonha em se tornar um grande escritor em Londres e encontrar seu grande amor.
A busca pelo amor e pela amada que trará inspiração para continuar a John a vitalidade necessária para continuar escrevendo e buscando o seu sonho de viver de poemas e literatura nos provoca a reflexão sobre os limites da solidão e horizontes possíveis nos momentos em que estamos solteiros ou atravessando momentos solitários na vida.

Acompanhar as denúncias de racismo ocorrido na Europa e nas tribos Africâneres na África do Sul trouxe-me uma nova reflexão sobre o quanto essa problemática é persistente e em muitos momentos no livro mostrava-se paradoxal e inconsistente até mesmo nos pensamentos da personagem principal.

Eu li este livro em apenas um dia e não parei de lê-lo nem mesmo para cozinhar. Vale a pena cada linha lida e apreciada junto com o autor.

Até a próxima, beijos!

terça-feira, 6 de junho de 2023

Cosmovisão da Educação nas Licenciaturas: A Pedagogia Waldorf

Cosmovisão da Educação nas Licenciaturas: A Pedagogia Waldorf

Eduardo Henrique de Sousa e Andréia Aparecida Ferraz

Graduando em Pedagogia no Centro Universitário de Rio Preto – UNIRP

Núcleo de Atividades Acadêmicas Complementares

Núcleo de Pedagogia

Resumo: A proposta deste artigo é analisar e apresentar a maneira como os currículos dos cursos de licenciatura em pedagogia e dentro de um panorama histórico explanar a maneira como certas metodologias foram privilegiadas em detrimento de outras dentro da área acadêmica, mostrando também como as diversas teorias da educação, merecem seu devido espaço nos currículos através de referências legais. Incluindo assim, a Pedagogia Waldorf, do filósofo e educador Rudolf Steiner, que contempla o olhar humano e integral para todas especificidades educacionais de cada ser, onde, instigado sob essa visão, foi-se realizado uma pesquisa onde os projetos pedagógicos de cinquenta e sete instituições de ensino superior foram analisados denotar se possuiam referância à Pedagogia Waldorf, à antroposofia e ao seu criador, Rudolf Steiner.

Palavras-chave: Cosmovisão. Educação. Licenciatura. Antoposofia. Pedagogia. Waldorf.


É muito comum nos primeiros anos em um curso de licenciatura, o aluno deparar-se com as disciplinas de psicologia, filosofia, história e sociologia da educação, onde os primeiros contatos com os precursores e precursoras da educação e suas teorias inicia-se. A expansão do ensino superior, permitiu atrair para si grandes intelectos que dedicaram-se ao progresso científico. Mas, relegou aos setores de ensino básico uma decadente desqualificação, onde os conhecimentos produzidos não chegavam até os setores sociais menos capacitados. Sobre isto, Moysés, (2001, p. 127) atenta: “É urgente que se façam revisões nos programas das disciplinas pedagógicas.”

Os cursos de pedagogia e licenciaturas entraram em um looping de repetição mecânica de teorias clássicas do desenvolvimento humano, impedindo assim, a disseminação de novas fundamentações da educação. E em um contexto pós-moderno, é natural que as visões sobre escola, educação e desenvolvimento humano culturalmente tenham mudado.

Nas últimas décadas, no entanto, a questão educacional como que desapareceu como tema intelectual, transformando-se em assunto “meramente” técnico ou administrativo. (SCHWARTZMAN, 1988)

 

Tomando por base essa premissa, a discussão teórica propõe uma reflexão acerca dos dados qualitativos levantados na revisão bibliográfica de Projetos Pedagógicos de Cursos de licenciatura em pedagogia de cinquenta e sete instituições de ensino superior brasileiros, e busca apresentar uma alternativa despretensiosa sobre o ensino de metodologias alternativas, modernas e pós-modernas nos cursos de licenciaturas, e afunila-se em uma teoria em especial, a Pedagogia Waldorf a partir da obra de seu autor Rudolf Steiner.

A concepção de educação presente na Pedagogia Waldorf, remonta a Alemanha de 1919, e mostra uma dimensão cosmológica, integral e holística de sistema pedagógico e social alicerçada no conhecimento humano da Antroposofia.

A Antroposofia transcende o sentido da compreensão científica como é entendida hoje. Pode ser classificada como uma Ciência Espiritual que une a ciência natural e a prática espiritual.

A Pedagogia Waldorf derivada da Antroposofia, entende o desenvolvimento intrínseco de cada ser humano em seu período de vida, denominado de setenio. O contato com a arte, a natureza e o respeito aos ritmos naturais da vida, são proporcionados desde os primeiros anos de ensino. Rejeitando fórmulas pedagógicas prontas, estáticas e fora da realidade que os alunos estão inseridos.

Os senhores já viram que nossa pedagogia não deve apoiar-se em princípios educativos abstratos, em afirmações gerais como “Não se deve apresentar à criança coisa alguma de fora, mas desenvolver sua individualidade”. Os Senhores sabem que nossa arte pedagógica deve ser erigida sobre uma autêntica sintonização de nossos sentimentos com a natureza infantil; que ela deve basear-se, em sentido mais amplo, no conhecimento do ser humano em desenvolvimento (STEINER, 1997, p.18).

 

A Pedagogia Waldorf pode ser uma alternativa para os alunos que estão inseridos nos cursos de licenciaturas nas universidades, tanto para sua prática, quanto para uma disseminação teórica de abordagens modernas dentro da área. A UNESCO apontou a Pedagogia Waldorf como a abordagem capaz de superar as problemáticas da educação, mostrando que seus fundamentos podem ser efetivados em qualquer realidade cultural e forma de organização social. Muitos licenciados sentem-se sem opções quando deparam com a realidade da sala de aula e veem que muitos princípios teóricos não conseguem aplicar-se em escolas tradicionais e positivistas.

Essa Pedagogia possui grande capacidade de delineamento e adaptação, podendo contribuir enormemente nos programas de formação de professores, visto que cada tendência possui suas características, contextos históricos e sociais. Por isso, a implementação do ensino detalhado de abordagens alternativas que possibilitem o enriquecimento da pluralidade no ensino dentro do ensino superior e a aplicação prática na educação básica é tão relevante.

 

                               I.            Um retrato das licenciaturas

 

Nos primeiros anos nas licenciaturas, o calouro ingressante é exposto à nomes de filósofos, sociólogos, cientistas, médicos e psicólogos que influenciaram de maneira ou outra nas teorias da educação, porém, muitas vezes, esse conhecimento é superficial e restrito apenas as teorias estudadas pelo próprio professor universitário quando este estava em ambiente acadêmico. Muitas vezes, essa explanação rasa não é cometida por más intenções, é que realmente há uma recusa em aceitar e dar visibilidade para metodologias alternativas, modernas e pós-modernas.

De maneira ostensiva, as tendências pedagógicas estão ligadas com o contexto histórico em que estão inseridas,

Nos anos 50 inicia-se a propagação de novas teorias educacionais originadas nos EUA e rotuladas com a expressão “tecnicismo educacional”, que se intensifica nos anos 70. (LIBÂNEO, 2005, P.48)

 

Nos anos 80, há a organização de movimento pela revalorização da escola pública e alguns poucos educadores passam a considerar o termo “moderno”. As diferentes concepções de educação como a inatista, que considera como fator primordial as condições biológicas do ser, com Pestalozzi. Dewey traz contribuições para a concepção pragmática, as correntes ambientalistas de Durkheim e as interacionistas de Piaget, Wallon e Vygotski. Todas essas correntes geraram derivadas, novas concepções, filosofias, teorias e metodologias da educação.

É possível conta-argumentar dizendo que há nos cursos de formação para o magistério um estudo sistemático das teorias da aprendizagem. É verdade: há, em muitos, uma parte do programa destinada à Psicologia da Aprendizagem. Mas o que se estuda ali? Invariavelmente, os aspectos comportamentalistas do processo ensino/aprendizagem. Algumas vezes também são incluídas as teorias psicogenética e existencial-humanista (Jean Piaget e Carl Rogers, respectivamente). Da primeira, retira-se, em geral, o estudo dos estágios evolutivos. Da segunda, as ideias ligadas às relações interpessoais que ocorrem na sala de aula. No entanto, algumas questões centrais ficam de fora. Por exemplo, as formas superiores do pensamento, o papel da interação no processo ensino/aprendizagem, a relação entre a aprendizagem e o desenvolvimento etc. (MOYSÉS, 2001, p. 118)

 

Alguns educadores, classificam como pós-moderno todos os fenômenos contemporâneos que contribuem para a manutenção da sociedade capitalista, outros como vanguardismo intelectual que procura descaracterizar as teorias tradicionais. A multiplicidade de manifestações de pensamentos e da cultura precisa ser configurada de modo que haja espaço para um convívio harmonioso e progressista.

Essas definições clássicas da educação possuem sua devida importância, mas não podem ser superestimadas, Paulo Freire (1979) classifica como uma das características da Consciência Crítica: “Face ao novo, não repele o velho por velho, nem aceita o novo por ser novo, mas aceita-os na medida em que são válidos”, por isso, o educador-pesquisador convive criticamente e de maneira equilibrada com teorias clássicas e modernas, sem tornar-se fanático ou sectarista.

No Artigo 6º, inciso I, letras a e h, a Res CNE/CP Nº 1, de 15 de maio de 2006, sobre os cursos de Pedagogia, é assegurado:

Art. 6º A estrutura do curso de Pedagogia, respeitadas a diversidade nacional e a autonomia pedagógica das instituições, constituir-se-á de:

I - um núcleo de estudos básicos que, sem perder de vista a diversidade e a multiculturalidade da sociedade brasileira, por meio do estudo acurado da literatura pertinente e de realidades educacionais, assim como por meio de reflexão e ações críticas, articulará:

a)       aplicação de princípios, concepções e critérios oriundos de diferentes áreas do conhecimento, com pertinência ao campo da Pedagogia, que contribuam para o desenvolvimento das pessoas, das organizações e da sociedade;

[...]

h) estudo da Didática, de teorias e metodologias pedagógicas, de processos de organização do trabalho docente

 

 

 

 

                            II.            A Pedagogia Waldorf nos cursos de licenciatura em pedagogia

 

A numerosidade de concepções e ciências da educação são asseguradas pela Res CNE/CP Nº1, de 15 de maio de 2006, porém a descaracterização do ensino da teoria pedagógica nos cursos de licenciatura e, principalmente, Pedagogia, proporcionam uma desfiguração das ciências da educação e impede a realização e avanço de pesquisas específicas para esse campo.

É possível que o próprio conceito de “professor”, como aquela pessoa formada pelas licenciaturas universitárias, cursos de pedagogia e escolas normais, ja esteja se tornando tão obsoleto quanto o da professorinha normalista que ainda povoa muitas de nossas fantasias pedagógicas. Artificialidade dos cursos de pedagogia que são hoje requeridos pelos cursos de licenciatura, tanto quanto a falência dos antigos cursos normais, são evidências claras disto. (SCHWARTZMAN, 1988).

 

Apesar da pluralidade de concepções ser garantida por lei, a realidade encontrada demonstra divergências. A numerosidade das escolas Waldorf não pode ser ignorada, o Brasil está em oitavo lugar entre os 60 países onde existem escolas Waldorf, empatado com o Reino Unido (segundo país atingido pelo movimento, e bem à frente da própria Áustia, país natal de Rudolf Steiner (RICKLI, 2009). Foi-se realizada a revisão bibliográfica dos Projetos Pedagógicos e ementas dos Cursos de licenciatura em pedagogia de cinquenta e seis IES no Brasil, e foram divididas em regiões, onde consta-se que:

 


Na Região Sul, apenas uma instituição privada oferece o curso de pós-graduação lato sensu em: “Pedagogia de Rudolf Steiner: Uma Educação para a Liberdade”. Já as IES que não possuem a PW em seu PPC, são nove públicas e três são privadas.

Na Região Sudeste, apenas uma universidade pública possui a Pedagogia Waldorf em seu Projeto Pedagógico do curso de licenciatura em Pedagogia. Em contrapartida, nove universidades públicas e quatro instituições privadas não citam a Pedagogia Waldorf em seu PPC.

Na Região Centro-Oeste, nenhuma instituição possui a PW em seu PPC, também, seis universidades públicas e uma privada não possuem a PW em seu PPC.


Na Região Nordeste, uma universidade pública possui a PW em seu PPC do curso de licenciatura em Pedagogia, outra instituição estadual possui o curso de pós-graduação lato sensu em “Arte da Educação na Pedagogia Waldorf. Em outra instituição pública, o curso de bacharelado em Humanidades, na disciplina de Arte-Educação, cita o autor antroposófico Rudolf Lanz na bibliografia básica da disciplina com a obra A Pedagogia Waldorf (Antroposófica, 1998).

Na Região Norte, uma universidade federal possui a PW em seu PPC, mas quatro instituições públicas e duas privadas, não possuem a PW em seu PPC.

 

                          III.            As concepções modernas de educação e seus contextos sócio-históricos: novas possibilidades

 

O paradigma da complexidade humana, leva o ser humano para uma sociedade em rede, de relações horizontais e ressignificação do sentido de educar. O conceito de Paidéia, na Grécia Antiga produz o início da construção dos pilares da educação integral, que une o corpo e a mente.

A partir do século XIX, após a Revolução Industrial, a escola adquire um aspecto mecânico, a escola pública é defendida não como um direito social mas sim como uma maneira de produção de mão de obra qualificada, principalmente após as influências de Henry Ford e Frederick Taylor daí o interesse pelo ensino técnico e pela expansão das disciplinas científicas. Enfatiza-se a relação entre educação e bem-estar social, estabilidade, progresso e capacidade de transformação. O ser humano seriado, ou fragmentado, inicia-se, e o conceito de educação integral deixa de ter espaço.

No século XX, a educação na Europa consolida-se por dar início aos estudos científicos da criança, com predominância de testes das funções psicológicas, novos profissionais unem-se no movimento da orientação educacional, como médicos e sanitaristas. Após a Primeira Guerra Mundial, houve um crescente número de orfãos e instituições ocupavam-se da educação, Ovídio Decroly, médico belga preocupou-se com o intelecto e o trabalho com atividades diversificadas para crianças com necessidades especiais, sempre defendendo a observação constante de cada aluno, Decroly preocupava-se com o desenvolvimento da criança em três eixos: observação, associação e expressão. Maria Montessori, na Itália, desenvolveu sua metodologia em uma clínica psiquiátrica da Universidade de Roma, onde propunha uma pedagogia integrada com a ciência sobre a criança e ao mesmo tempo em que opunhava-se a concepções que considerava materialista. A criança desenvolve-se em suas funções diárias, ao educador caberia uma atitude discreta de preparação do ambiente e de observações das iniciativas heterogêneas em sala. Montessori teve como fundamental item em seu trabalho, a elaboração de materiais adequados à exploração sensorial pelas crianças e específicos ao alcance de cada objetivo educacional e para isso, criou instrumentos especialmente elaborados para educação motora ligados sobretudo à tarefa de cuidado pessoal e para a educação dos sentidos e das inteligências.

Já Freinet, França, foi um dos educadores que defenderam que a educação que a escola dava às crianças deveria extrapolar os limites da sala de aula e unir-se às experiências por elas vividas em seu meio social, sendo um importante expoente da Pedagogia Libertária.  A pedagogia de Freinet organiza-se ao redor de uma série de técnicas ou atividades, entre elas o desenho livre, texto livre, o jornal escolar e o livro da vida e inclui ainda as oficinas de trabalhos manuais, sendo a base para a criação da Escola Summerhill, fundada em 1921 por Alexander Sutherland Neill.

Fora do eixo europeu, em 1917, na Índia, o educador e filósofo Paramahansa Yogananda fundou a primeira escola com o método How-To-Live, com a diretriz principal na educação para a paz, os métodos educacionais combinam-se com o aprendizado da ciência da Yoga e da vivência dos valores humanos, para o desenvolvimento integral da criança nos âmbitos emocional, físico, mental e espiritual. A instituição, que tem formato de uma associação sem fins lucrativos, tem base na alimentação vegetariana e aplica os princípios da Yoga na arte de educar. Para essa abordagem, são pilares as quatro dimensões do ser: ciência do corpo, engenharia mental, artes sociais e ciência espiritual aplicada.

Na década de 50, pós Segunda Guerra Mundial, nova preocupação com a situação social da infância e a idéia da criança como ser dotado de direitos, tal destaque aparece expresso na Declaração Universal dos Direitos da Criança. A expansão dos serviços de educação infantil na Europa e nos Estado Unidos foi sendo influenciada cada vez mais por teorias que apontavam o valor da estimulação precoce no desenvolvimento a partir do nascimento, com destaque para a pediatra austríaca Emmi Pikler na década de 70 na Hungria, onde durante mais de trinta anos, foi diretora de uma instituição de acolhimento a crianças órfãs e abandonadas.

Criou o método Pikler onde a relação de confiança que a criança estabelece com o adulto, a livre expressão da criança, o afeto, autonomia e atenção principais em momentos de higiene, cuidado e alimentação, pois esses momentos são privilegiados para o desenvolvimento infantil.

Já a partir da década de 70, foco principal está em estudar a relação de poder e de manutenção da sociedade de classes através da educação, seu comprometimento ideológico com a classe dominante, os fatores sócio-políticos e nas condições determinantes para a educação, como economia e política, começam a ser discutidos a maneira pela qual a estrutura sócio-econômica condiciona a educação, em 1974, Paulo Freire lança a obra Pedagogia do Oprimido pela editora Paz & Terra, Freire apesar de afirmar que não criou nenhum método, a Abordagem Sociocultural o tem como um dos principais inspiradores.

Na noite de 23 de julho 1993, o Brasil viu o assassinato de oito jovens no centro do Rio de Janeiro, episódio que ficou conhecido como a Chacina da Candelária. Atrás desse crime, a história da metodologia da Pedagogia Uerê-Mello é contada. Yvonne Bezerra de Mello, artista plástica, fazia o acompanhamento de cerca de 250 meninos sem lar, na noite em que oito garotos foram assassinados, ela testemunhou o crime. Yvonne fornecia alimento e educação para muitas dessas crianças. Em 1966 viajou para a França para o seu doutorado na Sorbonne em filologia e linguística, foi na Europa que começou a ver um modelo comum nas casas dos seus conhecidos imigrantes: as crianças não aprendiam.  Na África, observou problema era o mesmo, e foi assim que desenvolveu o projeto de uma metodologia de aprendizado para crianças em ambientes de conflito. De volta ao Brasil nos anos 80, Yvonne resolveu colocar seus estudos em prática e alfabetizar crianças sem escolaridade nas calçadas de Copacabana, Madureira, Meier e no centro do Rio. A chacina da Candelária voltou a ser tema nos noticiários na tarde 12 de junho de 2000, quando Sandro Barbosa do Nascimento realizou o sequestro do ônibus da linha 174. Sandro era um dos sobreviventes da Chacina, e também ex-aluno de Yvonne, ao ser encurralado, o jovem gritava: “Chama a tia Yvonne”, mas ela apenas soube que seu nome fora citado em 2002 quando assistiu ao documentário “Ônibus 174” de José Padilha.

Mas Yvonne em 1998 já havia criado a escola Uerê no complexo da favela da Maré, onde desenvolveu o seu método para o desenvolvimento de desbloqueio de potencialidades de desenvolvimento e aprendizado de crianças que estão em situação de guerra e concentradas em áreas de conflito, traumas psicológicos e dificuldades de aprendizagem causadas por situações de vulnerabilidade social. O objetivo central é reconstruir conexões cerebrais, muitas vezes interrompidas em crianças traumatizadas.

Em 2009 a pedagogia Uerê-Mello tornou-se política pública na rede de ensino do Município do Rio de Janeiro, em zonas conflagradas da cidade, é reconhecida e adotada pela Unesco e Unicef em diversos países na África que encontram-se em situação de conflitos bélicos e crianças imigrantes que chegam até à Suíça e Alemanha.

 

                         IV.            A Escola Nova de apenas alguns

As experiências educacionais ocorridas entre 1980 e 1930, receberam a nomeação de Escola Nova. Ao fim do século XX, Jean Piaget perpetua-se ao levantar o rótulo Construtivismo na década de 20.

Concomitantemente, uma metodologia surgir como um fenômeno mundial: A Pedagogia Waldorf. Porém, essa corrente educacional foi potencialmente ignorada e muitas vezes violentamente atacada. Em 1994, Heiner Ullrich escreve para a revista Prospects da UNESCO, um elogio grande elogio às escolas Waldorf, mesmo que seis anos antes, tenha escrito críticas às ideias teóricas de Steiner, cedendo então à dimensão quantitativa do crescimento das escolas Waldorf que entre os anos de 1971 e 1992 passará de 95 para 350 (613%).

Apesar disso, no Brasil ainda são raras as menções à Pedagogia Waldorf nos cursos de formações de professores e quase sempre sempre num tom de “nem vamos falar dessa esquisitice” ou no máximo de “lá parece ter alguma coisa interessante, mas o que é, é um mistério”. Jamais a vi mencionada em conexão com a Escola Nova, como parece ter se tornado a regra na Europa. (RICKLI, 2009, p. 02)

 

A Pedagogia Waldorf é veemente rejeitada pela comunidade acadêmica não pela sua grande expansão numérica mas sim, pelo fato de Steiner apresentou a sua teoria onde muitos cientistas aprazaram em denominá-la como algo “esotérico” e ‘ocultista”, onde muitos alegarem ser apenas uma ciência com investigações espirituais. É claro que tantos ataques, ocasionou-se um consenso onde a Antroposofia e a Pedagogia Waldorf não possuem validade científica, apesar dos excelentes resultados apresentados pelas escolas Waldorf (BARZ e RANDOLL, 2007).

Em 1921, na cidade de Calais, o movimento da Escola Nova toma forma em uma conferência com o tema A auto expressão criativa da criança. Surge daí, duas  associações gêmeas, a New Education Fellowship (NEF) na Inglaterra e a ligue Internationale pour l’Edcation nouvele (LIEN) na França. Muitos pensadores da época tiveram sua parcela de participação nessas associações, A.S. Neil (fundador da Summerhill), Ovide Decroly, Maria Montessori, Jean Piaget, John Dewey, Edouard Claparède, Roger Cousinet, Celestin Freinet, Emile-Jacques Dalcroze, Franz Cisek, Alfred Adler e Carl Gustav Jung.

A Pedagogia Waldorf não esteve representada em nenhuma das conferências em Calai, apesar da primeira Escola Waldorf ter sido fundada em Stuttgart, em 07 de setembro de 1919.

É apenas em 1974, após a publicação de Heiner Ullrich, na revista Prospects que as escolas Waldorf começam a ser admitidas na NEF e LIEN.

O contraste com o incrível vigor que – independente de concordâncias ou discordâncias com este ou aquele aspecto – temos que reconhecer no movimento Waldorf atual talvez explique parte do misto de admiração e desconforto que parece perpassar o artigo de Ullrich que venho comentando. Todo o seu tom é mais ou menos como o de quem diz: “é, temos que admitir que esse mais esquisito dos patinhos da Escola Nova era na verdade um cisne. Mas... que incômodo ter agora que buscar meios de relacionar um cisne com a teoria geral dos patos que já tínhamos desenvolvido!” (RICKLI, 2009, p. 08)

 

O movimento teosófico europeu contribuiu para fundação da NEF, onde Rudolf Steiner foi secretário-geral da seção alemã de outubro de 1902 até 1912, onde viu-se forçado a desvincular do movimento por conta de certas divergências com a liderança internacional de Annie Bensant. Em 1913, Steiner funda a Sociedade Antroposófica e seis anos depois a Pedagogia Waldorf. Vale também ressaltar que Maria Montessori, figura muito ligada à uma devoção profunda ao catolicismo, em 1939, durante a Segunda Guerra Mundial, esteve presente na Índia até 1947 realizando cursos à convite da Sociedade Teosófica, onde teve como seu lar a sede Internacional da Sociedade Teosófica em Aydar durante aqueles anos.

 É provável que a presença de um fundo esotérico ou ocultista tenha causado o isolamento e distanciamento da Pedagogia Waldorf, mesmo o movimento teosófico tendo sido o portador de conteúdos tão ou mais “ocultistas” quanto os da Antroposofia, por que mesmo tendo tido grande importância no movimento da Escola Nova não houve tal reconhecimento? O fato do conteúdo ocultista influir na resistência à Pedagogia Waldorf  é mostrado também nas ações, como no caso da Justiça dos EUA e da Austrália que é contra o repasse de dinheiro público à formação de professores Waldorf.

 

                            V.            Pedagogia Waldorf

 

Em um contexto pós-primeira guerra, os países mais avançados culturalmente tiveram justamente a sua cultura atacada, e com todos aqueles avanços da época, os países usaram suas energias em elaborações novas armas. O questionamento que paira na Europa nesse cenário é: “como a educação de perdeu?”. Maria Montessori, Jean Piaget e Rudolf Steiner pensam a educação dessa época no contexto de destruição.

Rudolf Steiner teve a possibilidade de estar próximo à tecnologia e modernidade de sua época, pois seu pai trabalhava na estação ferroviária. Isto também o levou a várias mudanças de residência. O pai de Steiner cuidou de sua educação formal na infância, após um desentendimento com o professor. Desde criança já possuía um espírito científico, pesquisador, onde estudava com entusiasmo o funcionamento das coisas (GARCIA, 2014). Quando Steiner e sua família se mudaram para Neudörf, ele foi para a escola. Durantesua vida, Steiner manteve o estímulo à evolução de seu espírito científico. Segundo Santos (2007, apud GARCIA, 2014), desde pequeno, diferente de outras pessoas, Steiner tinha percepções mais amplas do mundo, que não se limitavam apenas as percepções capturadas pelos órgãos sensoriais. As manifestações supra sensoriais, não-físicas, eram tão vivas quanto as experiências físicas. Assim como a busca científica, desde cedo, Steiner também procurava os conhecimentos espirituais. Seus pais não tinham religião definida, porém ele se interessava por temas bíblicos. Durante seu crescimento, Steiner sempre buscou uma ponte entre a espiritualidade e a ciência, compreendendo as realidades espirituais baseando-se na ciência. Steiner, buscou desde cedo a auto-educação, a consciência sobre seus pensamentos e a direção de sua vida. Segundo Garcia (2014), o então jovem pensador, frequentou o colégio científico com 14 anos e trabalhou por conta própria nos estudos de “A crítica da razão pura” de Kant. Em 1891, com 23 anos, Rudolf Steiner doutorou-se na Universidade de Rostock, na Alemanha e lança no mesmo ano o seu primeiro livro, a sua própria tese de doutorado: Verdade e Ciência – Prelúdio para uma Filosofia da Liberdade.

Eis que na Alemanha de 1919, na pequena cidade de Stuttgart, o senhor Emil Molt, o dono da fábrica de cigarros local, Waldorf-Astoria, precisa que funde-se uma escola para os filhos dos funcionários. Então à pedido do dono da fábrica, no dia sete de fevereiro de 1919, a escola é fundada e a Pedagogia Waldorf é criada sob os princípios científicos, teóricos, filosóficos e antropológicos pensados pelo filósofo austríaco Rudolf Steiner (1861-1925).

A Pedagogia Waldorf provém da visão da Antroposofia de Rudolf Steiner, uma ciência espiritual que busca ampliar o pensamento humano e fazê-lo enxergar-se como parte de um todo e não um ser fragmentado, fazendo com que a educação dialogue com as primeiras manifestações do pensar, do sentir e do querer do homem através da história.  Em sua vida Steiner desenvolveu junto com a Pedagogia, a agricultura, economia, filosofia, arquitetura, artes, terapias, medicina, entre outras áreas.

Garcia afirma (2014, p.18), “‘ANTHROPOS’ significa Homem e ‘SOPHIA’ sabedoria ou o conhecimento da ideia divina, que só pode ser observada com a alma”. A partir desta ciência, Steiner pode observar de maneira completa a realidade do homem, considerando vida e matéria. A prática Antroposófica está diretamente ligada ao autodesenvolvimento, a autoeducação, que leva o Homem, ao livre pensar, proporcionando a sua libertação. Esta ciência considera o homem como união de matéria e espírito, considerando todos os aspectos da realidade humana.

 Sendo assim, os alunos nas escolas Waldorf aprendem à tricotar, produzir utensílios de madeira e metal, usam aquarelas naturais, para que cada indivíduo entenda desde a mais tenra infância de onde a humanidade iniciou o seu pensamento, a ciência e a cultura, para que eles possam compreender as necessidades atuais e futuras do homem. Estes fundamentos estão focados na questão da liberdade do ser humano. John Dewey, Maria Montessori e muitos outros pensadores da educação possuem inspirações antroposóficas, mas apenas Rudolf Steiner assume desenvolver o seu trabalho baseado na ciência da Antroposofia.

O currículo Waldorf baseia-se nas fases do desenvolvimento da criança, pensando não somente no nascer mas também no antes do nascer e compreendendo a gestação da mãe. Dentro da pedagogia waldorf, leva-se em consideração o desenvolvimento físico das crianças para a definição e aplicação do currículo do ensino fundamental. Ou seja, cada matéria é destinada a um determinado ano escolar respeitando um currículo previamente pensado por estudiosos da antroposofia, vinculando-se a uma necessidade da idade cronológica dos alunos. Por exemplo: no 7º ano do ensino fundamental II, os alunos estudam sobre o corpo humano, justamente na fase de mudanças em seu próprio corpo, podendo sanar suas próprias dúvidas. Na escola Waldorf, a especificidade das matérias faz com que o ensino seja dividido em aula principal e aula de matéria, ministrado de forma didática em épocas (aula principal) e em aulas avulsas (aula de matéria). Constituem-se conteúdos típicos de aula principal: língua materna – português –, matemática, geografia, história, biologia (zoologia, botânica, antropologia), física, química e história da arte; e de aula de matéria: educação física, trabalhos manuais, música, línguas estrangeiras (inglês e alemão), artes e euritmia.

A criatividade da criança possui grande importância, afinal, é ela o propursor do pensamento livre, que a acompanhará até o final de sua vida. Por isso, o professor Waldorf, deve respeitar a autonomia de cada indivíduo, a fim de promover o desenvolvimento integral. Busca-se induzir os alunos a uma autoeducação, que forme seres humanos livres e criativos, mesmo diante de uma realidade social materialista e massificadora. O espírito livre é visto como a forma mais verdadeira da expressão humana, quando chega-se a essa erudição do pensar, ao ter-se a intuição consciente, ele expressa uma forma superior da natureza.

Conforme Rudolf Lanz (1998, p.39) “Há, portanto, quatro nascimentos: o do corpo físico ao nascer, o do corpo etérico aos sete anos (escolaridade), o do corpo astral aos catorze anos (puberdade) e o do eu aos 21 anos (maturidade)”. O desenvolvimento dos quatro membros, citados pela Antroposofia, correspondem ao processo de amadurecimento. Rudolf Steiner acreditava ser preciso que o ser humano desenvolvesse a autoeducação, para após os 21 anos, ter controle sobre seus pensamentos e sentimentos, sendo assim capaz de tomar as decisões de sua vida. Rudolf Steiner divide o desenvolvimento humano em períodos de aproximadamente sete anos, ao qual ele domina de Setênios. Do ponto de vista biológico, os três períodos de sete anos poderiam ser caracterizados da seguinte maneira: 1. O período entre o nascimento e a troca dos dentes. 2. O período entre a troca dos dentes e a puberdade. 3. O período entre a puberdade e a maioridade. Além do desenvolvimento pedagógico, a Antroposofia estuda a antropologia humana e nesta filosofia os homens são quadrimembrados em: físico, etérico, astral e Eu.

Na educação infantil, há a produção de um ambiente que assemelha-se muito com um ambiente domiciliar, onde a professora e professor utilizam aventais e roupas que produzem um arquétipo de mãe ou pai, criando assim, a denominada “autoridade amada”,  para promover a segurança da criança para o convívio com a natureza, E onde há fantasia e criatividade, além de um trabalho de preparação para a aprendizagem. No ensino fundamental, o professor trabalha os assuntos que devem ser propiciados a vivência dos alunos através de uma arte de educar.

[...] os professores são a alma viva de uma escola Waldorf. Se deixam de crescer e de se desenvolver, a escola para e definha. (LANZ, 1998, p. 118)

 

No ensino médio o ensino assume realmente um caráter científico. A escola intenciona desenvolver o ser humano em suas necessidades, respeitando cada etapa, e oferecendo aquilo que o aluno precisa. O ambiente da escola torna-se como uma comunidade onde as decisões são tomadas coletivamente, onde esse ecossistema está interligado com todas as instâncias.

Registros datam a pedagogia Waldorf chegando ao Brasil em1956 com a Escola Waldorf Rudolf Sterneir de São Paulo. Atualmente, segundo a FEWB (Federação das Escolas Waldorf no Brasil), houve no país um crescimento de 200% nos últimos dez anos. Atualmente, 91 escolas estão filiadas e 174 sendo acompanhadas, somando 265 iniciativas Waldorf em 21 estados brasileiros. Deste total, 15 são Escolas Sociais ou Parcerias Público Privadas. Atendendo um total de 17.712 alunos e cerca de 1.700 professores formados em um dos 20 Centros de formação em Pedagogia Waldorf ao redor do Brasil.

 

Considerações finais

 

O pensamento científico pode ser ampliado para além da ciência material, incorporando em si as fenomenologias humanas da ciência espiritual, onde há a compreensão do todo (Sacred Unity). A cosmovisão do homem prove um olhar mais verdadeiro e total para dentro e fora de cada indivíduo. O homem carrega dentro de si toda a humanidade, que refletem nas suas percepções visuais, sociais, emocionais, supra-sensoriais, etc.

O que distingue a Pedagogia Waldorf de outras teorias pedagógicas é o fato de ela se basear numa observação íntima do ‘ser criança’ e das condições necessárias ao desenvolvimento infantil. Sem esse conhecimento, o próprio conteúdo da Pedagogia Waldorf não pode ser compreendido. Porém, mesmo esse conhecimento careceria de base se não fosse situado no contexto mais amplo e mais complexo da cosmovisão que constitui, de certa forma, seu envoltório espiritual. Trata-se da Antroposofia, ciência espiritual criada no início do século XX por Rudolf Steiner. (LANZ, 1998, p. 11)

 

O presente trabalho busca refletir acerca das teorias da educação que são trabalhadas nos cursos de licenciatura em pedagogia, promovendo um novo caminho para a abertura da entrada de novas teorias, pensadores e ciências educacionais. Em específico aqui, a Pedagogia Waldorf.

No total, cinquenta e sete universidades foram consultadas, pesquisadas e averiguadas, onde apenas três cursos de licenciatura em pedagogia de IES públicas citam a Pedagogia Waldorf em seus projetos políticos pedagógicos, onde dentre essas três, duas são federais e uma estadual. Outros cursos que foram encontrados durante o período da pesquisa e foram acrescentados nos dados, é o caso isolado dos três cursos que citam a PW, sendo duas pós-graduações lato-sensu, uma em uma IES privada na Região Sul, “Pedagogia de Rudolf Steiner: Uma Educação para a Liberdade”, na Região Nordeste, tem-se uma IES estadual que oferta a especialização lato-sensu em “Arte da Educação na Pedagogia Waldorf”, e uma IES federal, onde no curso de bacharelado em Humanidades, o PPC do curso na disciplina Arte-Educação, cita como bibliografia básica, o autor antroposófico Rudolf Lanz.

No final, observa-se que as outras cinquenta e duas IES não citam a Pedagogia Waldorf ou qualquer autor antroposófico. A democratização das teorias e concepções de educação são asseguradas pela Res CNE/CP Nº1, de 15 de maio de 2006. Há a necessidade urgente de uma reavaliação e um olhar mais atento acerca do cumprimento dessa resolução para que os licenciados possam atuar em todas as vertentes e metodologias existentes nas mais diversas escolas e realidades sociais de maneira flexível, crítica e autônoma.

 

Referências Bibliográficas

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