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sexta-feira, 10 de abril de 2020

Pandemicamente, humanos.

   Eis que chego ao meu último ano na faculdade. Tudo parece correr bem, exceto por uma previsão que havia ouvido de amigos de que no início desse ano, algo muito ruim iria acontecer, mas que viria para mudar a humanidade. Confesso, que jamais imaginei uma pandemia.

      Quando estudei a gripe espanhola sentado na cadeira da escola no 6º ou 7º ano, jamais imaginei presenciar algo parecido. Não nego que sempre quis participar ou ver um grande evento histórico que mobilizasse a humanidade, mas eu disse evento, não tragédia. Mas, não tive escolha, estou vivendo a tragédia histórica do Covid-19.

      Quando estava trabalhando, uma mãe de um aluno perguntou-me se a escola iria aderir à paralização, eu de início achei bobagem, mas hoje saio com medo para a  rua. Saio saudável de casa e assim que voltar, posso parar em um hospital com pouquíssimas chances de vida.

      Ando pela casa, às vezes me sinto entediado, irritado, com medo, ansioso, humano. Ligo a TV e os números e estatísticas só aumentam, pego o meu celular e mais números. Paro. Abro o livro "Uma Ética para o Novo Milênio", escrito por Dalai Lama na vidrada do milênio (1999), tentando achar caminhos e novas formas de pensar para os anos 2000 que viriam. Quanta discrepância do que foi escrito naquela época para o que viria acontecer em 2020. Dalai Lama se sentiria desesperado ao ver tanto avanço tecnológico e cultural, mas quanto retrocesso humano.

      É claro, apenas uma pandemia poderia acontecer em tais circunstâncias. E o pior, não estou vendo ninguém melhorar com tudo isso que está ocorrendo. Vejo muitos correndo para lados opostos, loucos, desesperados, cegos, egos, egoístas.

      Não pensam no próximo, talvez porque não estão nem conseguindo pensar em si. Parem. Parem. Parem.

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